Ah, não
sei nada! Estou repleto de insipiência. Repleto de tudo aquilo que
não preenche espaço algum, que nada diz por nada ter a dizer por
nada saber. Estou repleto daquela falta que inunda a mente de todos
os imbecis, doutores da falta de tato, de gosto, de palato que
pronuncie algo, sou daqueles que querem o mar; infindável ir e vir
de ondas espasmódicas a se espraiar nas vagas do que se chama de
pensamento. Tenho o tino perdido, embiocado não sei onde que nunca
mais o encontrei, e sabe se lá em que biboca ai dentro ele se
enfiou. Perdido no que poderia ser uma seara, daquelas que são
feitas de ideias de plantas férteis, que resplandecem verdejantes
numa espécie de crepúsculo existencial com folhas verdes a
farfalhar se despedindo do dia. Emaranhado em borbotoes de palavras
que se misturam erraticamente por toda parte do que não se sabe o
nome pois estas não se oferecerem para forma dar a este nome que não
se diz, este impulso anonimo que ferve cheio de verve e flui que nem
ressaca oceânica de empuxos e repuxos a querer transbordar os
rincões daquilo que se chama de eu.
Ah, é
um não-sei-que, é um não saber que se sabe que não se sabe, é um
indizível percuciente, inenarrável que se destampa a ribombar em
um fragor ensurdecedor que não se faz ouvir porque não é som , de
algo que diz por não ter dito, é esse cheio vazio a retumbar em
todos os recônditos, em todos os poros do que se é pra depois vir a
ser aquilo que a palavra chama de nada e a gente chama
de..............
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