segunda-feira, 23 de julho de 2012

OS SAPATOS



Deparou-se na vitrine com o sapato mais encantador que poderia ter visto na vida. Ficou fascinada, hipnotizada pelo brilho das pequenas pedrinhas brilhantes que adornavam os contornos daquele sapato de bico fino muito alto e de um vermelho candente.
“Preciso tê-los!” . Pensou ela decidida.
__Lamento senhora, infelizmente este único par restante na loja é de uma numeração  menor do que a que a sra calça.
Disse o vendedor após tentar enfiar em seus pés os tão desejados sapatos. Mesmo que antes este tenha perguntado o seu número e informado que não dispunha da numeração referida e esta numa atitude obsedante insistiu para que os experimentasse.

__Não tem problema! Retrucou com tenacidade.
__Ficarei com eles mesmo assim! Concluiu.

E levou os sapatos.

Ao chegar em casa, correu para a cozinha pegou a faca mais afiada que tinha e a custa de muita dor e esforço conseguiu cortar os cinco dedos e cada pé e ligeiramente calçou os sapatos.

__Ah...Agora sim! Eu não disse que eles iam me servir? Nossa, cabem como luvas em meus pés.
E contemplava-se no espelho, com aquele belo par de sapatos vermelho incandesceste ornado com pedrinhas brilhantes, enquanto que pelos cortes nos dedos o sangue jorrava incessantemente. Mas ela não se importava, afinal de contas se tratavam de sapatos vermelhos e ninguém iria notar o vermelho do sangue.

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