quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Mitágoras e Só.

    Mitágoras, este é meu nome. Mas o que vem a ser um nome? Algo que por meio de de símbolos chamados letras que combinados formam morfemas e fonemas que por sua vez formam uma palavra que representa um conceito de algo através de um código chamado de linguagem ?E este nome vem então a ser uma representação de algo ou alguém por meio de palavras? Certamente que sim. Se assim for-- então é o meu nome Mitágoras .
Sim, Mitágoras é meu nome. Mas e quanto a mim? Este ser que se chama Mitagóras o que sou? Já que Mitagoras é MEU nome e este portanto pertence a MIM; o que é então este MIM que afirma que o nome é MEU, que possui este nome e que afirma ser seu este nome? Bem, a esta pergunta não tenho resposta e de fato não sei se algum dia terei. Portanto me calo, calar não, pois não estou a falar e sim a escrever, ou ser escrito não sei ao certo, só sei que digo( escrevo) ou afirmo algo a MEU respeito ou é dito(escrito) algo ao MEU respeito, pois não sei bem se sou EU que estou a dizer(escrever) algo a meu respeito ou se apenas coisas estão sendo ditas(escritas) ao meu respeito.
A dúvida me toma, pois não sei se sou algo que possa possuir um nome, se sou eu que digo(escrevo)estas coisas a meu respeito ou outro alguém as diz(escreve). SE é outro alguém as diz( escreve); como se explica o fato de EU usar freqüentemente pronomes pessoais como EU, MEU, MIM? SE de fato não sei nem realmente sou algo, muito menos um eu? Se EU não sou um EU como posso ao mesmo tempo referir- me A mim mesmo sempre de modo tão pessoal? Como se realmente fosse Eu que estou a escrever tais coisas? Os pensamento se embaralham. Preciso de pausa para pensar.
Pausa.


Os pensamentos não estão claros. Pensamentos? E por acaso eu os tenho? OU simplesmente alguém está aqui a registrar por meio do código da linguagem escrita que os tenho?Se a linguagem é escrita então eu deva somente existir no âmbito da escrita e não do fenômeno real, concreto, palpável. Mas se concebo a idéia do âmbito de um universo da escrito e outro de fenomemos pertencentes a escala do real palpável e concreto. Certamente é porque no mínimo se alguém esta a escrever sobre mim e sou fruto da imaginação deste, este outro que me escreve pertence a este âmbito do real, do palpável e do concreto e eu por conseguinte existo em sua mente de forma abstrata em um algo chamado de cérebro feito de terminações nervosas, sinapses, sangue, carne; entoa de certa forma tenho algo também de real, palpável e concreto. Mas e então?Ainda não sei.

Pouco importa se sou eu que estou a escrever isto ou se é alguém que escreve. O tédio me toma ou quem estar a escrever é tomado de tédio, já não o sei mais. De maneira que não vejo mais utilidade nem propósito em me dizer (escrever) ou que alguém me diga(escreva) por meio destas palavras. Sei que me chamo Mitágoras e pouco importa agora o que este algo indizível que se chama Mitágoras SÃO ou o que ou quem de fato é. Pois ao dizer que SEU nome é Mitágoras ele (EU ou OUTRO) já se limita(m) já se circunscreve(m) no limite de um algo que passa a ser um tal que se chama ou é chamado de Mitágoras e isto de certa forma encerra uma possível jornada que seria uma busca pelo entendimento, se possível este, o que acredito não o ser, a respeito deste ser, algo, amorfo, atemporal, fora de espaço ou qualquer relatividade que se auto afirma ou é afirmado por meio de palavras que se perdem em si mesmas por se reconhecerem incapazes e pouco precisas de alguma definição sobre o abismamento da experiência do que é ser algo, alguém ou qualquer coisa. Porque ao se utilizar palavras, a vertigem já deixa de ser, de ser neblina, de ser abismo, mesmo que o abismo se mostre por meio destas, este já deixou de ser abismo pois foi chamado de abismo e abismo de fato não tem nome, ele apenas é,é abismo no seu em si; prescindindo que se use qualquer palavra pra lhe dar nome ou usar qualquer código para delimitá-lo em conceitos , seja de linguagem, imagem ou que for . Vê? Ela, a linguagem já se perdeu em seu próprio abismo se estendendo em intermináveis palavras pra explicar o que é incapaz de explicar por ser limitada em sua natureza.
Entao basta que se diga Mitágoras, e qualquer outra tentativa de explicação do que venha a ser isto ou este ou EU; é e sempre será em vão.
Pois o ser não existe, ele apenas é.
Assim como a verdade também não existe, é apenas invenção. É louvável que a busquemos, mas há um grande perigo em acreditarmos que a possuímos.

eu Mitágoras e só.

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